Em finais do século xix, o oficial de cavalaria Joaquim Mouzinho de Albuquerque interna-se, ao serviço do rei D. Carlos, no coração de África com o objectivo de subjugar as tribos à administração colonial portuguesa; para isso, porém, queima aldeias inteiras, mata os insubmissos e, desobedecendo a ordens superiores, captura com espectacularidade o detentor de um império vastíssimo, Gungunhana, que traz para Portugal como troféu e acaba exilado nos Açores até ao fim dos seus dias. Apesar de recebido pelo povo e aclamado pela imprensa como um herói da pátria, a crítica ao comportamento pouco ético de Mouzinho nos corredores do Paço, a indiferença do governo em relação aos seus planos para África e a paixão nunca abertamente confessada por D. Amélia acabam por levá-lo ao suicídio. Mas, se a notícia escandaliza o País, a verdade é que é lida com entusiasmo e sentimento de justiça por um Gungunhana já velho e destroçado, que passa os dias escondido na floresta do Monte Brasil, o local que encontrou na ilha Terceira... que mais se assemelha à terra dos seus antepassados. Com uma alternância de vozes narrativas que nos oferecem duas versões muito distintas do mesmo conflito, O Rei do Monte Brasil explora as memórias dos seus protagonistas às vésperas da morte, ilustrando-nos sobre a sua infância, as suas paixões marcantes, as atrocidades para as quais encontram sempre justificação e, de certa forma, a reflexão sombria sobre a decadência e a glória perdida.
Em finais do século xix, o oficial de cavalaria Joaquim Mouzinho de Albuquerque interna-se, ao serviço do rei D. Carlos, no coração de África com o objectivo de subjugar as tribos à administração colonial portuguesa; para isso, porém, queima aldeias inteiras, mata os insubmissos e, desobedecendo a ordens superiores, captura com espectacularidade o detentor de um império vastíssimo, Gungunhana, que traz para Portugal como troféu e acaba exilado nos Açores até ao fim dos seus dias. Apesar de recebido pelo povo e aclamado pela imprensa como um herói da pátria, a crítica ao comportamento pouco ético de Mouzinho nos corredores do Paço, a indiferença do governo em relação aos seus planos para África e a paixão nunca abertamente confessada por D. Amélia acabam por levá-lo ao suicídio. Mas, se a notícia escandaliza o País, a verdade é que é lida com entusiasmo e sentimento de justiça por um Gungunhana já velho e destroçado, que passa os dias escondido na floresta do Monte Brasil, o local que encontrou na ilha Terceira... que mais se assemelha à terra dos seus antepassados. Com uma alternância de vozes narrativas que nos oferecem duas versões muito distintas do mesmo conflito, O Rei do Monte Brasil explora as memórias dos seus protagonistas às vésperas da morte, ilustrando-nos sobre a sua infância, as suas paixões marcantes, as atrocidades para as quais encontram sempre justificação e, de certa forma, a reflexão sombria sobre a decadência e a glória perdida.