O Impiedoso País das Maravilhas e o Fim do Mundo
Romance
Para se deslocar ao laboratório de um velho professor com fama de homem da Renascença do nosso tempo, um técnico informático apanha um elevador, lento ao ponto de uma pessoa não saber se está a subir ou a descer. À chegada, é recebido por uma jovem bonita e rechonchuda. O programador segue atrás da mulher vestida de cor-de-rosa por corredores que nunca mais acabam e por caminhos subterrâneos, aspirando profundamente a fragrância de melão que a nuca dela exala. No entanto, nem sequer ouve o rumor da respiração e é como se as palavras que lhe saem da boca chegassem aos seus ouvidos através de uma espessa parede de vidro. Às tantas, parece-lhe que a jovem de formas arredondadas terá dito qualquer coisa como «Marcel Proust». Marcel Proust? Bem-vindos ao impiedoso país das maravilhas. Â Numa pequena e fantasmagórica cidade, rodeada por uma muralha que a separa do resto do mundo, vivem seres humanos privados da sombra e dos sentimentos. Habituados desde há muito a conviver tranquilamente com a ausência de emoções, todos se mostram satisfeitos e em paz. Ninguém envelhece, ninguém morre. A que se deve tal proeza? Aparentemente, ao facto de não terem coração. Com efeito, as pessoas deixam de ter sombra mal passam a viver dentro das muralhas. A esta cidade nos confins do mundo chega um jovem de trinta e cinco anos, que tem por missão ler «os velhos sonhos» nos crânios dos unicórnios. Com a ajuda da bibliotecária, que revela um apetite prodigioso até dizer basta, o programador propõe- se recolher recordações e fragmentos de outras vidas, pertencente a uma outra possível dimensão.Haruki Murakami é, cada vez mais, um autor de culto, lido por todas as gerações e procurado com especial curiosidade pelos jovens leitores. Em maio de 2012, recebeu o doutoramento Honoris Causa pela Universidade do Havai. O seu livro O Impiedoso País das Maravilhas e o Fim do Mundo foi distinguido com o prestigiado Prémio Tanizaki.É um dos escritores japoneses contemporâneos mais divulgado em todo o mundo, sendo, simultaneamente, aplaudido pela crítica, que o considera um dos grandes romancistas vivos (The Guardian) e a mais peculiar e sedutora voz da moderna ficção (Los Angeles Times). Um escritor notável
Murakami apreende o sofrimento comum que dilacera os corações e apoquenta as mentes nos nossos dias. Jay McInerney Como é que Murakami consegue fazer poesia ao escrever sobre a vida contemporânea e as emoções do nosso dia a dia? Independent on Sunday As suas fantasias , povoadas de referências explícitas à literatura de cordel e à música ocidental, retêm uma beleza de sentimentos. The Guardian
Para se deslocar ao laboratório de um velho professor com fama de homem da Renascença do nosso tempo, um técnico informático apanha um elevador, lento ao ponto de uma pessoa não saber se está a subir ou a descer. À chegada, é recebido por uma jovem bonita e rechonchuda. O programador segue atrás da mulher vestida de cor-de-rosa por corredores que nunca mais acabam e por caminhos subterrâneos, aspirando profundamente a fragrância de melão que a nuca dela exala. No entanto, nem sequer ouve o rumor da respiração e é como se as palavras que lhe saem da boca chegassem aos seus ouvidos através de uma espessa parede de vidro. Às tantas, parece-lhe que a jovem de formas arredondadas terá dito qualquer coisa como «Marcel Proust». Marcel Proust? Bem-vindos ao impiedoso país das maravilhas. Â Numa pequena e fantasmagórica cidade, rodeada por uma muralha que a separa do resto do mundo, vivem seres humanos privados da sombra e dos sentimentos. Habituados desde há muito a conviver tranquilamente com a ausência de emoções, todos se mostram satisfeitos e em paz. Ninguém envelhece, ninguém morre. A que se deve tal proeza? Aparentemente, ao facto de não terem coração. Com efeito, as pessoas deixam de ter sombra mal passam a viver dentro das muralhas. A esta cidade nos confins do mundo chega um jovem de trinta e cinco anos, que tem por missão ler «os velhos sonhos» nos crânios dos unicórnios. Com a ajuda da bibliotecária, que revela um apetite prodigioso até dizer basta, o programador propõe- se recolher recordações e fragmentos de outras vidas, pertencente a uma outra possível dimensão.Haruki Murakami é, cada vez mais, um autor de culto, lido por todas as gerações e procurado com especial curiosidade pelos jovens leitores. Em maio de 2012, recebeu o doutoramento Honoris Causa pela Universidade do Havai. O seu livro O Impiedoso País das Maravilhas e o Fim do Mundo foi distinguido com o prestigiado Prémio Tanizaki.É um dos escritores japoneses contemporâneos mais divulgado em todo o mundo, sendo, simultaneamente, aplaudido pela crítica, que o considera um dos grandes romancistas vivos (The Guardian) e a mais peculiar e sedutora voz da moderna ficção (Los Angeles Times). Um escritor notável
Murakami apreende o sofrimento comum que dilacera os corações e apoquenta as mentes nos nossos dias. Jay McInerney Como é que Murakami consegue fazer poesia ao escrever sobre a vida contemporânea e as emoções do nosso dia a dia? Independent on Sunday As suas fantasias , povoadas de referências explícitas à literatura de cordel e à música ocidental, retêm uma beleza de sentimentos. The Guardian