Se Beber Não Dirija

Representações, juventude e publicidade de bebidas alcoólicas

No Relatório Global sobre Álcool e Saúde (2014) da Organização Mundial de Saúde, o consumo de álcool no Brasil está acima da média do consumo mundial. No Relatório são descritas as graves consequências do alcoolismo como acidentes de trânsito, violência interpessoal, câncer no esôfago e na laringe, pancreatite, cirrose hepática síndrome alcoólica fetal. O consumo abusivo de álcool por mulheres é também significativo e o aumento do alcoolismo entre jovens é preocupante. Assim, no livro “Se beber não dirija” a professora Dra. Luci Mara Bertoni traz uma questão importante sobre o papel da mídia no consumo de álcool, particularmente, entre jovens. Partindo do pressuposto que a mídia tem um papel significativo na construção de representações sociais positivas em relação ao consumo de álcool, associando-o à beleza, ao sucesso, à liberdade, faz uma pesquisa em uma faculdade para saber como os jovens representam o consumo de álcool e, como diz a autora, procurou “adentrar o universo de jovens universitários e pesquisar suas representações sobre o alcoolismo e afins”. Partindo do referencial teórico da Teoria das Representações Sociais, formulada, inicialmente por Serge Moscovi na década de 1960 e, também, da Teoria Crítica, Bertoni buscou a influência da mídia na disseminação da ideia de liberdade, felicidade, juventude e virilidade presentes nas propagandas de cerveja. A autora conclui que a mídia pode influenciar o consumo de bebidas alcoólicas pelos jovens, mas este não é o único fator. Este livro representa o resultado de um importante estudo para se compreender o comportamento abusivo do consumo de álcool no Brasil, sendo seu conteúdo útil e necessário para pesquisadores, pais, educadores e os próprios adolescentes.