Author: | Fernando Pessoa, Ricardo Reis | ISBN: | 1230000688840 |
Publisher: | (DF) Digital Format 2015 | Publication: | September 29, 2015 |
Imprint: | Language: | Portuguese |
Author: | Fernando Pessoa, Ricardo Reis |
ISBN: | 1230000688840 |
Publisher: | (DF) Digital Format 2015 |
Publication: | September 29, 2015 |
Imprint: | |
Language: | Portuguese |
Antologia poética do heterónimo de Fernando Pessoa, Ricardo Reis, que reúne toda composição poético assinada com o seu nome.
Ricardo Reis, o poeta epicurista, é um dos mais conhecidos heterónimos de Fernando Pessoa que se demarca pela serenidade e a calma com que demonstra encarar a vida através dos seus poemas.
O poeta nasceu na mente de Fernando Pessoa em 1913 quando lhe veio à ideia escrever “uns poemas de índole pagã”. Do fruto dessa inspiração surgiu Ricardo Reis, um médico com talento para a poesia, amante da literatura clássica e defensor do preceito grego do “carpe diem” – o conceito filosófico que proclama o viver para o momento presente, centrado sobretudo no prazer pessoal.
Numa carta enviada a Adolfo Casais Monteiro, Fernando Pessoa diz sobre o aparecimento de Ricardo Reis:
“Esbocei umas coisas em verso irregular (não no estilo Álvaro de Campos, mas num estilo de meia regularidade), e abandonei o caso. Esboçara-se-me, contudo, numa penumbra mal urdida, um vago retrato da pessoa que estava a fazer aquilo. (tinha nascido, sem que o soubesse, Ricardo Reis).”
Na sua biografia, que Fernando Pessoa elaborou, consta que nasceu na cidade do Porto no dia 19 de setembro de 1887. Estudou num colégio de jesuítas e formou-se em medicina, profissão que nunca chegou a exercer. Era monárquico convicto e na sequência da derrota da rebelião monárquica do Porto, em 1919, contra o regime republicano (que se instalara em 1910) decidiu-se auto-exilar para o Brasil nesse mesmo ano. Ainda na mesma carta a Adolfo Casais Monteiro, Fernando Pessoa descreve-o como sendo um pouco mais baixo, mais forte e seco que Alberto Caeiro e “usando a cara rapada.”
Em termos de estilo poético Ricardo Reis é essencialmente neoclássico. Sendo um profundo admirador da cultura greco-romana, é fortemente influenciado pelos poetas clássicos como Horácio, o que o leva também a ser utilizador frequente da “Ode” na sua composição lírica.
A sua poesia marca-se pelo empregue de alusões mitológias, elaborada com uma linguagem culta e precisa, sem qualquer espontaneidade. Há também um vocábulo culto e alatinado com principal recurso ao hipérbato e o empregue do gerúndio e do imperativo (ou conjuntivo com valor de imperativo) com carácter exortativo, ao serviço do tom sentencioso e do carácter moralista presentes nos seus poemas.
O pensamento do filósofo grego Epicuro, que pregava que as pessoas deveriam viver o “aqui e agora”, permeia praticamente a totalidade da obra poética de Ricardo Reis, exaltando as boas formas de viver e o prazer. Há, no entanto, uma ressalva neste sentido epicurista de encarar a vida, pois Reis proclama também que a ele se deve juntar o sentido estoicista para não se cair na violência dos excessos, nos comportamentos exaltados e das ações apressadas a que a filosofia epicurista pode conduzir. Reis defende que ao “modo epicuro” de viver a vida se deve aliar o Estoicismo, a doutrina que tem como ideal ético a apatia, a ausência de envolvimento emocional excessivo que permite a liberdade, a aceitação do acontecimento das coisas e a rejeição às emoções e sentimentos exacerbados. Por essa razão a sua poesia exalta valores como o equilíbrio, a paz, a serenidade, o domino das paixões e o aceitar pacifico da ordem universal das coisas, como a morte, sem angústia nem revolta.
Antologia poética do heterónimo de Fernando Pessoa, Ricardo Reis, que reúne toda composição poético assinada com o seu nome.
Ricardo Reis, o poeta epicurista, é um dos mais conhecidos heterónimos de Fernando Pessoa que se demarca pela serenidade e a calma com que demonstra encarar a vida através dos seus poemas.
O poeta nasceu na mente de Fernando Pessoa em 1913 quando lhe veio à ideia escrever “uns poemas de índole pagã”. Do fruto dessa inspiração surgiu Ricardo Reis, um médico com talento para a poesia, amante da literatura clássica e defensor do preceito grego do “carpe diem” – o conceito filosófico que proclama o viver para o momento presente, centrado sobretudo no prazer pessoal.
Numa carta enviada a Adolfo Casais Monteiro, Fernando Pessoa diz sobre o aparecimento de Ricardo Reis:
“Esbocei umas coisas em verso irregular (não no estilo Álvaro de Campos, mas num estilo de meia regularidade), e abandonei o caso. Esboçara-se-me, contudo, numa penumbra mal urdida, um vago retrato da pessoa que estava a fazer aquilo. (tinha nascido, sem que o soubesse, Ricardo Reis).”
Na sua biografia, que Fernando Pessoa elaborou, consta que nasceu na cidade do Porto no dia 19 de setembro de 1887. Estudou num colégio de jesuítas e formou-se em medicina, profissão que nunca chegou a exercer. Era monárquico convicto e na sequência da derrota da rebelião monárquica do Porto, em 1919, contra o regime republicano (que se instalara em 1910) decidiu-se auto-exilar para o Brasil nesse mesmo ano. Ainda na mesma carta a Adolfo Casais Monteiro, Fernando Pessoa descreve-o como sendo um pouco mais baixo, mais forte e seco que Alberto Caeiro e “usando a cara rapada.”
Em termos de estilo poético Ricardo Reis é essencialmente neoclássico. Sendo um profundo admirador da cultura greco-romana, é fortemente influenciado pelos poetas clássicos como Horácio, o que o leva também a ser utilizador frequente da “Ode” na sua composição lírica.
A sua poesia marca-se pelo empregue de alusões mitológias, elaborada com uma linguagem culta e precisa, sem qualquer espontaneidade. Há também um vocábulo culto e alatinado com principal recurso ao hipérbato e o empregue do gerúndio e do imperativo (ou conjuntivo com valor de imperativo) com carácter exortativo, ao serviço do tom sentencioso e do carácter moralista presentes nos seus poemas.
O pensamento do filósofo grego Epicuro, que pregava que as pessoas deveriam viver o “aqui e agora”, permeia praticamente a totalidade da obra poética de Ricardo Reis, exaltando as boas formas de viver e o prazer. Há, no entanto, uma ressalva neste sentido epicurista de encarar a vida, pois Reis proclama também que a ele se deve juntar o sentido estoicista para não se cair na violência dos excessos, nos comportamentos exaltados e das ações apressadas a que a filosofia epicurista pode conduzir. Reis defende que ao “modo epicuro” de viver a vida se deve aliar o Estoicismo, a doutrina que tem como ideal ético a apatia, a ausência de envolvimento emocional excessivo que permite a liberdade, a aceitação do acontecimento das coisas e a rejeição às emoções e sentimentos exacerbados. Por essa razão a sua poesia exalta valores como o equilíbrio, a paz, a serenidade, o domino das paixões e o aceitar pacifico da ordem universal das coisas, como a morte, sem angústia nem revolta.