Author: | Carminda Mendes André (Org.), Ana Maria Haddad Baptista (Org.), Alan Livan Araujo, Caio Franzolin, Denise Pereira Rachel, Daniel Santos Costa, Jarbas Siqueira Ramos, Diogo Rios, Élder Sereni Ildefonso, Jeremias Brasileiro, Maíra Leme de Andrade, Marina Marcondes Machado, Milene Valentir, Naira Ciotti, Renata Patricia Silva, Bárbara Kanashiro, Diego Marques | ISBN: | 9788594850508 |
Publisher: | BT Acadêmica | Publication: | March 28, 2018 |
Imprint: | Language: | Portuguese |
Author: | Carminda Mendes André (Org.), Ana Maria Haddad Baptista (Org.), Alan Livan Araujo, Caio Franzolin, Denise Pereira Rachel, Daniel Santos Costa, Jarbas Siqueira Ramos, Diogo Rios, Élder Sereni Ildefonso, Jeremias Brasileiro, Maíra Leme de Andrade, Marina Marcondes Machado, Milene Valentir, Naira Ciotti, Renata Patricia Silva, Bárbara Kanashiro, Diego Marques |
ISBN: | 9788594850508 |
Publisher: | BT Acadêmica |
Publication: | March 28, 2018 |
Imprint: | |
Language: | Portuguese |
Século XXI e as diversas linguagens que nos permeiam ainda não foram suficientemente discutidas em suas respectivas esferas. Nas suas atmosferas mais significativas e específicas. Em outras palavras: ainda há muitos resquícios de incompreensão face ao papel e objetivos de cada linguagem. Precisamos lembrar, acima de qualquer coisa, que cada linguagem possui suas limitações, assim como suas possibilidades. Todas as linguagens, isto é, a musical, a do cinema, a teatral e tantas outras que nos rodeiam deveriam ser consideradas sem hierarquia. Ressaltamos que todas as linguagens possuem um certo grau de débito em relação aos signos que as representam. Não existe linguagem perfeita e, muito menos, uma linguagem que consiga representar totalmente o seu objeto. Por isso conceitualmente uma linguagem representa, por si mesma, e não é a própria coisa. Mas aqui vem o papel da artes. Poucos se lembram disso. As artes, todas elas, possuem a enorme responsabilidade de suprir o débito existente entre o objeto e sua representação. Para que existe a poesia? A poesia existe para tornar aquilo que o poeta viu e sentiu mais próximo de nós. Por isso o poeta inventa novas formas. Novas estruturas. Uma luta desesperada para nos tornar mais próximos. Não existe arte, nenhuma delas, sem poesia. A linguagem teatral, como tão bem lembra Artaud, não deveria se submeter à habitual tirania da linguagem verbal. O teatro deve ter sua própria linguagem. Não basta pegar um texto verbal e imaginá-lo na linguagem teatral. A linguagem teatral exige o seu lugar no mundo das representações sígnicas. Eis uma das grandes questões em se tratando desta linguagem. Nessa medida, os textos desta coletânea buscam mostrar o grande sonho de Artaud, ou seja, tratar a linguagem teatral como tal. Veremos ao longo da leitura desta obra que existem projetos concretos de intervenção, de reflexão, de concretização de sonhos, por se acreditar que somente a arte, (como tantos pensadores já disseram, sob as mais variadas perspectivas), somente os signos artísticos possuem a rara característica de afetar o outro. Uma vez afetados, profundamente, deixamos de ser o que somos para olhar novos horizontes. Aqueles nunca antes sonhados ou imaginados. Mas qual seria o ponto de unidade desta coletânea? Cremos que o mais importante: o teatro não pode e não deve se submeter exclusivamente à palavra. O teatro transforma as palavras em imagens! E faz parte essencial da linguagem teatral, (eis um ponto forte de Artaud), os silêncios e os intervalos. Como muitos já afirmaram: nada mais importante que os silêncios. O silêncio fala. Imagina. Transporta. Todo silêncio comporta um grau muito grande de ruídos. Os recônditos. Subterrâneos. Aqueles tão necessários para que possamos olhar de frente para nossas interioridades. E como tal sermos, realmente, afetados.
Século XXI e as diversas linguagens que nos permeiam ainda não foram suficientemente discutidas em suas respectivas esferas. Nas suas atmosferas mais significativas e específicas. Em outras palavras: ainda há muitos resquícios de incompreensão face ao papel e objetivos de cada linguagem. Precisamos lembrar, acima de qualquer coisa, que cada linguagem possui suas limitações, assim como suas possibilidades. Todas as linguagens, isto é, a musical, a do cinema, a teatral e tantas outras que nos rodeiam deveriam ser consideradas sem hierarquia. Ressaltamos que todas as linguagens possuem um certo grau de débito em relação aos signos que as representam. Não existe linguagem perfeita e, muito menos, uma linguagem que consiga representar totalmente o seu objeto. Por isso conceitualmente uma linguagem representa, por si mesma, e não é a própria coisa. Mas aqui vem o papel da artes. Poucos se lembram disso. As artes, todas elas, possuem a enorme responsabilidade de suprir o débito existente entre o objeto e sua representação. Para que existe a poesia? A poesia existe para tornar aquilo que o poeta viu e sentiu mais próximo de nós. Por isso o poeta inventa novas formas. Novas estruturas. Uma luta desesperada para nos tornar mais próximos. Não existe arte, nenhuma delas, sem poesia. A linguagem teatral, como tão bem lembra Artaud, não deveria se submeter à habitual tirania da linguagem verbal. O teatro deve ter sua própria linguagem. Não basta pegar um texto verbal e imaginá-lo na linguagem teatral. A linguagem teatral exige o seu lugar no mundo das representações sígnicas. Eis uma das grandes questões em se tratando desta linguagem. Nessa medida, os textos desta coletânea buscam mostrar o grande sonho de Artaud, ou seja, tratar a linguagem teatral como tal. Veremos ao longo da leitura desta obra que existem projetos concretos de intervenção, de reflexão, de concretização de sonhos, por se acreditar que somente a arte, (como tantos pensadores já disseram, sob as mais variadas perspectivas), somente os signos artísticos possuem a rara característica de afetar o outro. Uma vez afetados, profundamente, deixamos de ser o que somos para olhar novos horizontes. Aqueles nunca antes sonhados ou imaginados. Mas qual seria o ponto de unidade desta coletânea? Cremos que o mais importante: o teatro não pode e não deve se submeter exclusivamente à palavra. O teatro transforma as palavras em imagens! E faz parte essencial da linguagem teatral, (eis um ponto forte de Artaud), os silêncios e os intervalos. Como muitos já afirmaram: nada mais importante que os silêncios. O silêncio fala. Imagina. Transporta. Todo silêncio comporta um grau muito grande de ruídos. Os recônditos. Subterrâneos. Aqueles tão necessários para que possamos olhar de frente para nossas interioridades. E como tal sermos, realmente, afetados.