Author: | Mois Benarroch | ISBN: | 9781547529575 |
Publisher: | Moben | Publication: | August 3, 2019 |
Imprint: | Language: | Portuguese |
Author: | Mois Benarroch |
ISBN: | 9781547529575 |
Publisher: | Moben |
Publication: | August 3, 2019 |
Imprint: | |
Language: | Portuguese |
Um escritor deve seguir seus livros, seus leitores, suas palavras. Caso contrário, não obterá perdão. Por isso, quando passava pelas ruas de Jerusalém, como se meu livro me levasse algum lugar, como se não tivesse outro remédio a não ser seguir minhas palavras. Seguia minhas palavras e elas me seguiam. As palavras que se dizem na aula aos oito anos sem muito sentido, sem serem muito claro porque na escola de Lucena, no fim do mundo. "Sou judeu", como se diz a seu melhor amigo em segredo, um segredo que durou metade da manhã até que toda a aula a classe se acabasse e um dia a mais para que todos soubessem, desde os alunos até o diretor. Meu amigo íntimo, que creio que se chamasse Raul, me disse: "Eu sabia!"
O qual não pude entender, como poderia ser que soubesse se eu havia inventado. Entretanto, nesse mesmo dia todos souberam, ou seja, todos me disseram que sabiam que era um tipo raro e, portanto, não estranhava nada que eu fosse judio. Como me contou um transsexual com dois filhos que quando anunciou a todos que mudariam de sexo, todos lhe disseram que não estranhariam, pois sempre acharam que algo de estranho ocorria. Todos, menos ele, que estava entre seus trinta e cinco anos e sempre comportou como todos os homens ao seu redor.
Se chamava Dafna, já a conheci como mulher e nunca perguntei qual era seu nome de homem, me pareceu muito indiscreto. Minha invenção me levou a muitas discussões com professores, com o diretor e com meus pais.
Um escritor deve seguir seus livros, seus leitores, suas palavras. Caso contrário, não obterá perdão. Por isso, quando passava pelas ruas de Jerusalém, como se meu livro me levasse algum lugar, como se não tivesse outro remédio a não ser seguir minhas palavras. Seguia minhas palavras e elas me seguiam. As palavras que se dizem na aula aos oito anos sem muito sentido, sem serem muito claro porque na escola de Lucena, no fim do mundo. "Sou judeu", como se diz a seu melhor amigo em segredo, um segredo que durou metade da manhã até que toda a aula a classe se acabasse e um dia a mais para que todos soubessem, desde os alunos até o diretor. Meu amigo íntimo, que creio que se chamasse Raul, me disse: "Eu sabia!"
O qual não pude entender, como poderia ser que soubesse se eu havia inventado. Entretanto, nesse mesmo dia todos souberam, ou seja, todos me disseram que sabiam que era um tipo raro e, portanto, não estranhava nada que eu fosse judio. Como me contou um transsexual com dois filhos que quando anunciou a todos que mudariam de sexo, todos lhe disseram que não estranhariam, pois sempre acharam que algo de estranho ocorria. Todos, menos ele, que estava entre seus trinta e cinco anos e sempre comportou como todos os homens ao seu redor.
Se chamava Dafna, já a conheci como mulher e nunca perguntei qual era seu nome de homem, me pareceu muito indiscreto. Minha invenção me levou a muitas discussões com professores, com o diretor e com meus pais.