Concepções de ser humano na educação e na educação física

O trabalho Concepções de ser humano na Educação e na Educação Física analisa as produções teóricas selecionadas no sentido de contribuir para superação dos paradigmas dualistas, inatistas e idealistas no cotidiano da educação escolarizada. A abordagem será orientada pelo principio da laicidade. Da perspectiva laica, demarca-se a presença hegemônica do dualismo cartesiano criado por René Descartes (1596 - 1650). Este dualismo foi marcante na estruturação da educação moderna influenciando a proposta pedagógica de John Locke (1632 - 1704) que, estabeleceu a necessidade de uma educação intelectual, uma educação moral e uma educação física. Como produto desta nova problemática, a educação física se torna mais uma área da educação, que se institui a partir desta problemática e não a partir de um acumulo de conhecimentos produzidos. Neste contexto, os pensadores da educação e da educação física que não partilhavam da concepção fragmentária de ser humano realizaram produções teóricas no sentido de reinterpretar o ser humano. Dentre as diversas produções, opto, na educação, em acompanhar o percurso realizado por Carlini (1993), que selecionou os seguintes autores: Antiguidade – Platão e Aristóteles; Modernidade – Descartes, Locke, Comte, Durkheim e Dewey; Contemporaneidade Marx e Engels. Revisito o trabalho de John Dewey em relação aos termos: mecânico, experiência, hábito e a expressão ato maquinal. Em oposição à Dewey seleciono as contribuições de Dermeval Saviani (1943 -) sobre o termo mecânico e habitus (1982). Em relação à educação física, acompanho o percurso de Caparroz (1996). Do trabalho de Caparroz amplio a reflexão sobre a expressão educação motora, motricidade humana, cultura corporal e cultura corporal de movimento. Outros documentos selecionados para análise são as orientações legais de 1996/98 e as de 2013. Destas análises produz-se um quadro resumo dos autores selecionados que deriva uma proposição para compreender o ser humano laico.