Cartas De Inglaterra

Nonfiction, Religion & Spirituality, New Age, History, Fiction & Literature
Cover of the book Cartas De Inglaterra by José Maria Eça de Queirós, Library of Alexandria
View on Amazon View on AbeBooks View on Kobo View on B.Depository View on eBay View on Walmart
Author: José Maria Eça de Queirós ISBN: 9781465565174
Publisher: Library of Alexandria Publication: July 29, 2009
Imprint: Library of Alexandria Language: Portuguese
Author: José Maria Eça de Queirós
ISBN: 9781465565174
Publisher: Library of Alexandria
Publication: July 29, 2009
Imprint: Library of Alexandria
Language: Portuguese
Afghanistan e Irlanda Os inglezes estão experimentando, no seu atribulado imperio da India, a verdade d'esse humoristico logar-commum do seculo XVIII: «A Historia é uma velhota que se repete sem cessar.» O Fado ou a Providencia, ou a Entidade qualquer que lá de cima dirigiu os episodios da campanha do Afghanistan em 1847, está fazendo simplesmente uma copia servil, revelando assim uma imaginação exhausta. Em 1847 os inglezes, «por uma razão d'Estado, uma necessidade de fronteiras scientificas, a segurança do imperio, uma barreira ao dominio russo da Asia...» e outras coisas vagas que os politicos da India rosnam sombriamente, retorcendo os bigodes—invadem o Afghanistan, e ahi vão aniquilando tribus seculares, desmantelando villas, assolando searas e vinhas: apossam-se, por fim, da santa cidade de Cabul; sacodem do serralho um velho emir apavorado; collocam lá outro de raça mais submissa, que já trazem preparado nas bagagens, com escravas e tapetes; e, logo que os correspondentes dos jornaes têm telegraphado a victoria, o exercito, acampado á beira dos arroios e nos vergeis de Cabul, desaperta o correame e fuma o cachimbo da paz... Assim é exactamente em 1880. No nosso tempo, precisamente como em 1847, chefes energicos, Messias indigenas, vão percorrendo o territorio, e com grandes nomes de Patria e de Religião, prégam a guerra santa: as tribus reunem-se, as familias feudaes correm com os seus troços de cavallaria, principes rivaes juntam-se no odio hereditario contra o estrangeiro, o homem vermelho, e em pouco tempo é todo um rebrilhar de fogos de acampamento nos altos das serranias, dominando os desfiladeiros que são o caminho, a entrada da India... E quando por alli apparecer, emfim, o grosso do exercito inglez, á volta de Cabul, atravancado de artilharia, escoando-se espessamente, por entre as gargantas das serras, no leito secco das torrentes, com as suas longas caravanas de camelos, aquella massa barbara rola-lhe em cima e aniquila-o
View on Amazon View on AbeBooks View on Kobo View on B.Depository View on eBay View on Walmart
Afghanistan e Irlanda Os inglezes estão experimentando, no seu atribulado imperio da India, a verdade d'esse humoristico logar-commum do seculo XVIII: «A Historia é uma velhota que se repete sem cessar.» O Fado ou a Providencia, ou a Entidade qualquer que lá de cima dirigiu os episodios da campanha do Afghanistan em 1847, está fazendo simplesmente uma copia servil, revelando assim uma imaginação exhausta. Em 1847 os inglezes, «por uma razão d'Estado, uma necessidade de fronteiras scientificas, a segurança do imperio, uma barreira ao dominio russo da Asia...» e outras coisas vagas que os politicos da India rosnam sombriamente, retorcendo os bigodes—invadem o Afghanistan, e ahi vão aniquilando tribus seculares, desmantelando villas, assolando searas e vinhas: apossam-se, por fim, da santa cidade de Cabul; sacodem do serralho um velho emir apavorado; collocam lá outro de raça mais submissa, que já trazem preparado nas bagagens, com escravas e tapetes; e, logo que os correspondentes dos jornaes têm telegraphado a victoria, o exercito, acampado á beira dos arroios e nos vergeis de Cabul, desaperta o correame e fuma o cachimbo da paz... Assim é exactamente em 1880. No nosso tempo, precisamente como em 1847, chefes energicos, Messias indigenas, vão percorrendo o territorio, e com grandes nomes de Patria e de Religião, prégam a guerra santa: as tribus reunem-se, as familias feudaes correm com os seus troços de cavallaria, principes rivaes juntam-se no odio hereditario contra o estrangeiro, o homem vermelho, e em pouco tempo é todo um rebrilhar de fogos de acampamento nos altos das serranias, dominando os desfiladeiros que são o caminho, a entrada da India... E quando por alli apparecer, emfim, o grosso do exercito inglez, á volta de Cabul, atravancado de artilharia, escoando-se espessamente, por entre as gargantas das serras, no leito secco das torrentes, com as suas longas caravanas de camelos, aquella massa barbara rola-lhe em cima e aniquila-o

More books from Library of Alexandria

Cover of the book The Flirt by José Maria Eça de Queirós
Cover of the book The Most Interesting Stories of All Nations: North Europe — Russian — Swedish — Danish — Hungarian by José Maria Eça de Queirós
Cover of the book Kant Und Goethe by José Maria Eça de Queirós
Cover of the book The Law by José Maria Eça de Queirós
Cover of the book From a Girl's Point of View by José Maria Eça de Queirós
Cover of the book The Great Frozen Sea: A Personal Narrative of the Voyage of the "Alert" by José Maria Eça de Queirós
Cover of the book Born Again by José Maria Eça de Queirós
Cover of the book Die Deportirten by José Maria Eça de Queirós
Cover of the book Springhaven: A Tale of the Great War by José Maria Eça de Queirós
Cover of the book Myths and Legends of Our Own Land, v3 by José Maria Eça de Queirós
Cover of the book The Healing of Nations and the Hidden Sources of Their Strife by José Maria Eça de Queirós
Cover of the book The Hills of Refuge: A Novel by José Maria Eça de Queirós
Cover of the book The Exclusives (Complete) by José Maria Eça de Queirós
Cover of the book The First Mate; the Story of a Strange Cruise by José Maria Eça de Queirós
Cover of the book Clarimonde by José Maria Eça de Queirós
We use our own "cookies" and third party cookies to improve services and to see statistical information. By using this website, you agree to our Privacy Policy