Author: | Ana Cássia Rebelo | ISBN: | 9788525062239 |
Publisher: | Globo Livros | Publication: | February 2, 2016 |
Imprint: | Biblioteca Azul | Language: | Portuguese |
Author: | Ana Cássia Rebelo |
ISBN: | 9788525062239 |
Publisher: | Globo Livros |
Publication: | February 2, 2016 |
Imprint: | Biblioteca Azul |
Language: | Portuguese |
Lançamento da Biblioteca Azul traz a mais fina prosa da portuguesa Ana Cássia Rebelo, que ocupa um lugar entre a tradição e inovação ao relatar o cotidiano feminino em um diário íntimo
Ana Cássia Rebelo é uma mulher com suas horas bastante ocupadas, dividindo seu tempo entre o emprego como advogada numa repartição, os três filhos ainda pequenos e um casamento já desgastado. Nessa rotina, que oscila sempre entre o tédio da segurança e o desejo do inesperado, Ana encontra lugar para escrever. E foi assim que surgiu, em 2006, o blog Ana de Amsterdam, em que ela ia registrando esse movimento pendular entre pequenas vitórias e grandes angústias. Das postagens do blog, imensamente literárias apesar de intrinsecamente efêmeras, o jornalista e crítico português João Pedro Jorge pôde organizar uma obra que funciona como diário íntimo, em que os pequenos textos são datados, e vão desenhando uma personagem rica, um tanto misteriosa, capaz de confundir o leitor entre uma doçura maternal e uma rascante agressividade.
Com um histórico depressivo, muito inteligente e sensível, o que vemos na sucessão dos dias dessa narrativa fragmentada é o retrato subjetivo da chamada mulher moderna, esse ser quase indefinível. Ana sente desejo e nega-o, ama os filhos, mas se sente sobrecarregada, se apega à vida por detalhes, e encontra o sentido perdido no cotidiano doloroso em um pôr do sol bonito numa cidade indiana. Com parte da família em Goa, essa terra misteriosa em que a Índia fala a língua portuguesa, Ana desenha no país distante a possibilidade de descobertas como antigos navegadores buscavam especiarias. A mesma busca se dá por uma sexualidade crua, em que não há tabus, e a frigidez, a masturbação, o desejo doente são temas tratados corriqueiramente, conceitualmente e na linguagem limpa, crua, direta.
O resultado desse conjunto coeso de pequenas narrativas é um livro escrito em uma prosa brilhante, que se a filia a nomes como Sylvia Plath e Virginia Woolf, no que todas têm de prosadoras poderosas e marcantes também finca o pé em certa tradição nacional portuguesa, e o conjunto de fragmentos do livro lembra o Livro do desassossego, de seu conterrâneo mais ilustre.
Que o leitor se embrenhe nessa prosa primorosa. Que descubra a literatura contemporânea portuguesa, e que, atentamente, descubra o poder da narrativa feminina.
“Uma das vozes mais aguardadas no panorama editorial português. As suas palavras não desiludem a expectativa gerada.” O PÚBLICO
Lançamento da Biblioteca Azul traz a mais fina prosa da portuguesa Ana Cássia Rebelo, que ocupa um lugar entre a tradição e inovação ao relatar o cotidiano feminino em um diário íntimo
Ana Cássia Rebelo é uma mulher com suas horas bastante ocupadas, dividindo seu tempo entre o emprego como advogada numa repartição, os três filhos ainda pequenos e um casamento já desgastado. Nessa rotina, que oscila sempre entre o tédio da segurança e o desejo do inesperado, Ana encontra lugar para escrever. E foi assim que surgiu, em 2006, o blog Ana de Amsterdam, em que ela ia registrando esse movimento pendular entre pequenas vitórias e grandes angústias. Das postagens do blog, imensamente literárias apesar de intrinsecamente efêmeras, o jornalista e crítico português João Pedro Jorge pôde organizar uma obra que funciona como diário íntimo, em que os pequenos textos são datados, e vão desenhando uma personagem rica, um tanto misteriosa, capaz de confundir o leitor entre uma doçura maternal e uma rascante agressividade.
Com um histórico depressivo, muito inteligente e sensível, o que vemos na sucessão dos dias dessa narrativa fragmentada é o retrato subjetivo da chamada mulher moderna, esse ser quase indefinível. Ana sente desejo e nega-o, ama os filhos, mas se sente sobrecarregada, se apega à vida por detalhes, e encontra o sentido perdido no cotidiano doloroso em um pôr do sol bonito numa cidade indiana. Com parte da família em Goa, essa terra misteriosa em que a Índia fala a língua portuguesa, Ana desenha no país distante a possibilidade de descobertas como antigos navegadores buscavam especiarias. A mesma busca se dá por uma sexualidade crua, em que não há tabus, e a frigidez, a masturbação, o desejo doente são temas tratados corriqueiramente, conceitualmente e na linguagem limpa, crua, direta.
O resultado desse conjunto coeso de pequenas narrativas é um livro escrito em uma prosa brilhante, que se a filia a nomes como Sylvia Plath e Virginia Woolf, no que todas têm de prosadoras poderosas e marcantes também finca o pé em certa tradição nacional portuguesa, e o conjunto de fragmentos do livro lembra o Livro do desassossego, de seu conterrâneo mais ilustre.
Que o leitor se embrenhe nessa prosa primorosa. Que descubra a literatura contemporânea portuguesa, e que, atentamente, descubra o poder da narrativa feminina.
“Uma das vozes mais aguardadas no panorama editorial português. As suas palavras não desiludem a expectativa gerada.” O PÚBLICO